quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O exercício do fazer poético para crianças não escolhe fonte de inspiração. Uma mensagem recebida de um amigo caçador de metáforas me provocou: "Para fazer tempestade: catavento e guarda-chuva.(Carlos Sousa). Tive que seguir seu rastro...

Cata o vento pelo cabelo, põe no saco e guarda o recado
Guarda a chuva, põe na mala, sai na rua e se chacoalha

''- Não faz mal que a chuva caia! Aguentaremos a água nos olhos e depois cobriremos a cabeça com a saia" (C. Meireles)

Os trovões rabugentos resolvem então cantar
São tenores e os seus graves são rugidos de espantar
Os pinguinhos de soprano vão caindo sem parar
Suas vozes são fininhas, cantam baixo pra molhar
Molham bobos, molham mesmo pra mostrar
que garoa é coisa séria e molhando vai gripar

Chuva grossa se esgoela, desafina até cansar
Guarda a chuva na garupa e sai correndo pelo mar
Pelo mar não tem saída, acho que vou pra outro lugar.

Caroline Casagrande e Moira Albuquerque